Nenhum cantor de Rock mereceria esse sobrenome mais do que Charles Edward Anderson Berry ou simplesmente Chuck Berry, o compositor, cantor e guitarrista nortemaricano, aclamado pelo mundo como o inventor do Rock and Roll. Diga-se de passagem, com muita justiça e merecimento. Ele abre o largo riso, como que concordando.
Muita gente, que se diz entendida de música (principalmente historiadores, críticos e teóricos), afirma que o Rock ‘n Roll surgiu diretamente do Blues, ao invés de dizer que deste recebeu apenas alguma influencia, como também carrega impressões que incluem o soul, o gospel e o autêntico Rhythm & Blues. Não seria miscelânea incluir aí também o Country & Western, o bluegrass e o hillbilly até que o incomparável Rock and Roll, surgisse, inconfundivelmente com sua batida única e inigualável, para conquistar o planeta.
É importante aqui dizer que, dentre todos os velhos pioneiros do Rock, Chuck Berry é o que mais o personifica, sendo o mais influente deste século e, melhor ainda, por estar vivo e muito bem, entre nós. Completará em Outubro próximo, 82 anos de idade.
Chuck é visto por todos do meio, como o verdadeiro inventor do Rock ‘n Roll. Na minha opinião Elvis Presley assumiu o título de Rei do Rock, que na realidade deveria ser do Chuck, o qual não teve a mesma projeção global de Presley, evidentemente. Além do mais, a fórmula Presley+Rock ‘n Roll era imbatível: garoto bonito, requebrados sensuais, mídia a seu favor, enfim, não tinha como não dar certo. Evidentente, que incluído está seu grande talento e sensibilidade, mas é inegável que seguiu o caminho de Chuck.
Chuck Berry foi, notoriamente, influenciado por Nat King Cole, Louis Jordan e ainda Muddy Waters, todos grandes estrelas da época. Em contra-partida, influenciou quase três gerações do rock, ou seja, anos 50, 60 e 70, sendo ídolo disparado de todos que bebiam em sua fonte perene. Chuck era enigmático, elétrico e carismático no palco e um eterno rebelde fora dele, imprimindo um estilo de vida próprio, que atendia em primeiro lugar aos seus propósitos e em segundo, à sociedade. Como exemplo de sua influência marcante, podemos lembrar que as mais famosas bandas inglesas dos anos 60, tais quais The Beatles, Animals, Rolling Stones, dentre outras, regravaram suas músicas.
Os Rolling Stones, por exemplo, literalmente nortearam seu estilo de tocar rock 'n' roll no de Chuck. Para termos uma idéia do valor que eles davam ao inventor do Rock, Keith Richards chegou a premiar Chuck no Hall da Fama, dizendo publicamente: "É difícil pra mim apresentar Chuck Berry, porque eu mesmo copiei todos os acordes que ele já tocou!" Risos e aplausos ecoaram durante minutos. E lá estava Chuck com seu largo riso.
Bem, mas o que me fez escrever hoje sobre Chuck Berry foi ter visto novamente o filme Hail! Hail!Rock ‘n Roll! (USA, Warner 1987), no qual é ovacionado e cuja proposta inicial fazia parte de um contato da WEA com Chuck, o qual deu trabalho para cumprir sua partte. Aproveitei pra me deter mais uma vez sobre um de seus maiores sucessos radiofônicos, que juntamente com outros hits como Roll Over Beethoven, Rock and Roll Music, Johnny B. Good (quase todas regravadas, pelos melhores cantores e bandas de Rock, como já foi dito) ouço vez ou outra cuja letra até hoje deixam os pais tradicionais e aversos a Chuck, de cabelos arrepiados e orelhas em pé.
Na verdade a letra da música é simplória e, a princípio parece uma música infantil, cuja letra fala de um brinquedo (Ding-A-Ling) que a avó de Chuck teria dado ao seu irreverente neto que, quando cantor famoso, transformou o tema num de seus maiores sucessos. O segredo reside em como Chuck conseguiu transformar o ritmo e insinuações da música, em uma quebra do tabu sexual, pois sugere que o briquedo seja uma fantasia sexual que representa os órgãos genitais dos meninos que gostam de brincar com eles, para suas liberações libidinosas, altamente reprimidas pela sociedade da época. Na realidade, esta música é sobre um garoto que descobre seu pênis, quase que metaforicamente. E não se pode negar que Chuck era bom em citar referencias sexuais, sem parecer ofensivo. Isso era tudo que o público queria, admitamos.
Com tanta badalçao em torno da música, Chuck acabou admitindo ser esta uma música sexual...”não há nada de errado com o sexo, somente a maneira como se lida com ele, entende”, ele provoca o público enquanto conduz a platéia em sua incursão metafórica sobre seu brinquedo que, a partir daí não era visto mais apenas como dói sininhos dependurados num cordão e sim, um pênis e duas bolas.
Pesquisas sobre a repercussão da música correu os EEUU como fumaça e pressões forçavam muitas estações de rádios a recusar tocar a música, assim como campanhas inglesas moralistas liderada por Mary Whitehouse tentaram, sem sucesso, banir a música, o que lhe conferia mais sucesso ainda.
O sucesso da música veio depois do filme “Let the Good Times Roll”, onde Chuck teve destaque, no início de 1972. Em seguida vai para uma temporada na Inglaterra onde, era ansiosamente aguardado e lá, em conseqüência disso, gravou o Álbum ”The London Chuck Berry Session" (dos quais tenho dois LP’s), tendo culminado com o Disco de Ouro. Deste disco, foi tirado um compacto que foi 1º Lugar nas paradas musicais nos EEUU, justamente com “My Ding-A-Ling”. Na realidade, a música, com uma letra mais amena já fazia parte do repertório de Chuck há 20 anos atrás com outro nome: “My Tambourine”, tendo sido também gravada por vários intérpretes do Rhythm & Blues, desde os anos 50.
É impressionante como Chuck, conduz a platéia (nos shows ao vivo ao fazer trocadilhos com o público), levando a música para o sentido contestador e libidinoso, transformando um brinquedo de um cordão com sininhos dependurado, mas que adquire todo um sentido erótico, especialmente para os jovens reprimidos pelos pais e sociedade.
Muita gente, que se diz entendida de música (principalmente historiadores, críticos e teóricos), afirma que o Rock ‘n Roll surgiu diretamente do Blues, ao invés de dizer que deste recebeu apenas alguma influencia, como também carrega impressões que incluem o soul, o gospel e o autêntico Rhythm & Blues. Não seria miscelânea incluir aí também o Country & Western, o bluegrass e o hillbilly até que o incomparável Rock and Roll, surgisse, inconfundivelmente com sua batida única e inigualável, para conquistar o planeta.
É importante aqui dizer que, dentre todos os velhos pioneiros do Rock, Chuck Berry é o que mais o personifica, sendo o mais influente deste século e, melhor ainda, por estar vivo e muito bem, entre nós. Completará em Outubro próximo, 82 anos de idade.
Chuck é visto por todos do meio, como o verdadeiro inventor do Rock ‘n Roll. Na minha opinião Elvis Presley assumiu o título de Rei do Rock, que na realidade deveria ser do Chuck, o qual não teve a mesma projeção global de Presley, evidentemente. Além do mais, a fórmula Presley+Rock ‘n Roll era imbatível: garoto bonito, requebrados sensuais, mídia a seu favor, enfim, não tinha como não dar certo. Evidentente, que incluído está seu grande talento e sensibilidade, mas é inegável que seguiu o caminho de Chuck.
Chuck Berry foi, notoriamente, influenciado por Nat King Cole, Louis Jordan e ainda Muddy Waters, todos grandes estrelas da época. Em contra-partida, influenciou quase três gerações do rock, ou seja, anos 50, 60 e 70, sendo ídolo disparado de todos que bebiam em sua fonte perene. Chuck era enigmático, elétrico e carismático no palco e um eterno rebelde fora dele, imprimindo um estilo de vida próprio, que atendia em primeiro lugar aos seus propósitos e em segundo, à sociedade. Como exemplo de sua influência marcante, podemos lembrar que as mais famosas bandas inglesas dos anos 60, tais quais The Beatles, Animals, Rolling Stones, dentre outras, regravaram suas músicas.
Os Rolling Stones, por exemplo, literalmente nortearam seu estilo de tocar rock 'n' roll no de Chuck. Para termos uma idéia do valor que eles davam ao inventor do Rock, Keith Richards chegou a premiar Chuck no Hall da Fama, dizendo publicamente: "É difícil pra mim apresentar Chuck Berry, porque eu mesmo copiei todos os acordes que ele já tocou!" Risos e aplausos ecoaram durante minutos. E lá estava Chuck com seu largo riso.
Bem, mas o que me fez escrever hoje sobre Chuck Berry foi ter visto novamente o filme Hail! Hail!Rock ‘n Roll! (USA, Warner 1987), no qual é ovacionado e cuja proposta inicial fazia parte de um contato da WEA com Chuck, o qual deu trabalho para cumprir sua partte. Aproveitei pra me deter mais uma vez sobre um de seus maiores sucessos radiofônicos, que juntamente com outros hits como Roll Over Beethoven, Rock and Roll Music, Johnny B. Good (quase todas regravadas, pelos melhores cantores e bandas de Rock, como já foi dito) ouço vez ou outra cuja letra até hoje deixam os pais tradicionais e aversos a Chuck, de cabelos arrepiados e orelhas em pé.
Na verdade a letra da música é simplória e, a princípio parece uma música infantil, cuja letra fala de um brinquedo (Ding-A-Ling) que a avó de Chuck teria dado ao seu irreverente neto que, quando cantor famoso, transformou o tema num de seus maiores sucessos. O segredo reside em como Chuck conseguiu transformar o ritmo e insinuações da música, em uma quebra do tabu sexual, pois sugere que o briquedo seja uma fantasia sexual que representa os órgãos genitais dos meninos que gostam de brincar com eles, para suas liberações libidinosas, altamente reprimidas pela sociedade da época. Na realidade, esta música é sobre um garoto que descobre seu pênis, quase que metaforicamente. E não se pode negar que Chuck era bom em citar referencias sexuais, sem parecer ofensivo. Isso era tudo que o público queria, admitamos.
Com tanta badalçao em torno da música, Chuck acabou admitindo ser esta uma música sexual...”não há nada de errado com o sexo, somente a maneira como se lida com ele, entende”, ele provoca o público enquanto conduz a platéia em sua incursão metafórica sobre seu brinquedo que, a partir daí não era visto mais apenas como dói sininhos dependurados num cordão e sim, um pênis e duas bolas.
Pesquisas sobre a repercussão da música correu os EEUU como fumaça e pressões forçavam muitas estações de rádios a recusar tocar a música, assim como campanhas inglesas moralistas liderada por Mary Whitehouse tentaram, sem sucesso, banir a música, o que lhe conferia mais sucesso ainda.
O sucesso da música veio depois do filme “Let the Good Times Roll”, onde Chuck teve destaque, no início de 1972. Em seguida vai para uma temporada na Inglaterra onde, era ansiosamente aguardado e lá, em conseqüência disso, gravou o Álbum ”The London Chuck Berry Session" (dos quais tenho dois LP’s), tendo culminado com o Disco de Ouro. Deste disco, foi tirado um compacto que foi 1º Lugar nas paradas musicais nos EEUU, justamente com “My Ding-A-Ling”. Na realidade, a música, com uma letra mais amena já fazia parte do repertório de Chuck há 20 anos atrás com outro nome: “My Tambourine”, tendo sido também gravada por vários intérpretes do Rhythm & Blues, desde os anos 50.
É impressionante como Chuck, conduz a platéia (nos shows ao vivo ao fazer trocadilhos com o público), levando a música para o sentido contestador e libidinoso, transformando um brinquedo de um cordão com sininhos dependurado, mas que adquire todo um sentido erótico, especialmente para os jovens reprimidos pelos pais e sociedade.
Chuck visitou o Brasil várias vezes e, pelo que tem falado por aí, parece ter gostado, apesar de seu mau humor peculiar. Registrei, pelo menos, três visitas sendo em 1990, 2002 e agora recentemente, em Junho de 2008, quando visitou quatro cidades brasileiras: RJ, SP, Curitiba e Porto Alegre. Diferentemente, dos shows anteriores, trouxe sua banda consigo e ainda seu filho Chuck Berry Jr., (guitarra), e sua filha, Ingrid Berry Clay (gaita e vocal). "Foram maravilhosos, a recepção e as pessoas de seu país são tão animadas. Não poderia esquecer nada disso, não importa qual a minha idade... Você tem que se sentir bem quando vai para outro país e as pessoas apreciam tanto sua música, sabem o que você está fazendo." Disse aos repórteres presentes.