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25 de set. de 2013


                       FÁBULA
                           *Juarez Chagas



          Antigamente, muito antigamente ao longo do tempo da sociedade humana, era costume se usar fábulas para ilustrar exemplos remetidos ao momento presente, como conselhos ilustrados. Além de erudito, era um hábito divertido, pois propositalmente metafórico, o final de uma fábula era sempre aguardado com surpresa, mas também como expectativa de uma charada.

Fábula  do Latim fabula, "história, jogo, narrativa", literalmente "o que é dito, na verdade é um conjunto de composições literárias onde os personagens são animais que apresentam características humanas, tais como a fala, os costumes, situações sociais, etc. Porém, o mais interessante é que a história termina com um ensinamento moral de caráter instrutivo e, algumas no final são concluídas com ênfase da frase: “moral da história”...
         
Na verdade, a fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvido por Esopo, escravo que viveu no século V a.C., na Grécia, tendo sido atribuído ao mesmo um conjunto de grandes histórias, de caráter moral, alegre e alegórico, cujos principais personagens eram protagonizados por animais ou mitos com poder de pensamento, fala e ações.
         
Nesse mundo de fantasia, Esopo, criava diálogos entre os bichos e procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem, através das situações que os envolviam. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para os seres humanos. Ele não esqueceu certas analogias importantes onde cada animal simbolizava algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho e assim por diante. Por ter adquirido tanta força representativa no meio social, mesmo sendo uma narrativa inverossímil, a fábula ainda pode ser vista como cunho didático.
         
Indo da descrição semântica a um tradicional exemplo, segue uma transcrição original de uma antiga fábula, denominada “O cavalo e o burro”:
          “Um burro pedia a um cavalo uma pequena porção de cevada para aplacar sua fome. Respondeu o cavalo: se me fosse permitido, dar-te-ia pela minha dignidade. Mas, quando chegarmos aos costumados estábulos, dar-te-ei como presente um saco cheio de farinha. O burrinho em resposta a este diz: Tu que negas uma coisa tão pequena, o que julgarei eu que tu hás-de fazer a mais?
         
Ou seja, se o cavalo lhe negou algo tão simples e ao seu alcance, como seria capaz de lhe dar algo de maior valor?
         
Moral da história: isso tá igualzinho à promessa de político que, através de belas palavras ludibriam seus simplórios e confiantes eleitores, com a pequena diferença de que neste particular, não é uma fábula e sim, realidade!

*Professor do Centro de Biociências da UFRN (Juarez@cb.ufrn.br)