FÁBULA
*Juarez Chagas
Antigamente, muito antigamente ao longo
do tempo da sociedade humana, era costume se usar fábulas para ilustrar
exemplos remetidos ao momento presente, como conselhos ilustrados. Além de
erudito, era um hábito divertido, pois propositalmente metafórico, o final de
uma fábula era sempre aguardado com surpresa, mas também como expectativa de
uma charada.
Fábula do Latim fabula, "história,
jogo, narrativa", literalmente "o que é dito, na verdade é um
conjunto de composições literárias onde os personagens são animais que
apresentam características humanas, tais como a fala, os costumes, situações
sociais, etc. Porém, o mais interessante é que a história termina com um
ensinamento moral de caráter instrutivo e, algumas no final são concluídas com
ênfase da frase: “moral da história”...
Na verdade, a fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente,
mas foi particularmente desenvolvido por Esopo,
escravo que viveu no século V a.C., na Grécia, tendo sido atribuído ao
mesmo um conjunto de grandes histórias, de caráter moral, alegre e alegórico,
cujos principais personagens eram protagonizados por animais ou mitos com poder
de pensamento, fala e ações.
Nesse
mundo de fantasia, Esopo, criava
diálogos entre os bichos e procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao
homem, através das situações que os envolviam. Assim, os animais, nas fábulas,
tornam-se exemplos para os seres humanos. Ele não esqueceu certas analogias
importantes onde cada animal simbolizava algum aspecto ou qualidade do homem
como, por exemplo, o leão representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o
trabalho e assim por diante. Por ter adquirido tanta força representativa no
meio social, mesmo sendo uma narrativa inverossímil, a fábula ainda pode ser
vista como cunho didático.
Indo
da descrição semântica a um tradicional exemplo, segue uma transcrição original
de uma antiga fábula, denominada “O cavalo e o burro”:
“Um burro pedia a um cavalo uma
pequena porção de cevada para aplacar sua fome. Respondeu o cavalo: se me
fosse permitido, dar-te-ia pela minha dignidade. Mas, quando chegarmos aos costumados estábulos, dar-te-ei como presente
um saco cheio de farinha. O burrinho em resposta a este diz: Tu
que negas uma coisa tão pequena, o que julgarei eu que tu hás-de fazer a mais?
Ou
seja, se o cavalo lhe negou algo tão simples e ao seu alcance, como seria capaz
de lhe dar algo de maior valor?
Moral da história: isso tá igualzinho à promessa de político que,
através de belas palavras ludibriam seus simplórios e confiantes eleitores, com
a pequena diferença de que neste particular, não é uma fábula e sim, realidade!
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