Hang on Sloopy
*Juarez Chagas
*Juarez Chagas
A canção Hang on Sloopy, dos The McCoys, foi apenas uma das musicas pop cuja historia reflete um pouco do comportamento da geração dos Anos Dourados, em amplo sentido, não apenas discografica ou artisticamente falando, porem por sua representação social do momento e seu significado como fazendo parte do movimento contestador de toda uma geração pop que eclodiria, nos EEUU, definitivamente no final dos anos 60, com o Festival de Woodstock (69).
Evidentemente que este movimento cultural jovem já era conseqüência e resultado de uma serie de fatores contra os quais os jovens e grupos rebeldes setorizados demonstravam suas atitudes contra o establismentarianism, tendo a musica em si como pano de fundo, onde dentre alguns símbolos marcantes do movimento, podia se ver logomarcas de uma pomba descansando no braço duma guitarra ou flores saindo do cano duma metralhadora ou de um tanque de guerra, ou mesmo o punho cerrado com os dedos indicador e médio em V, substituindo a frase Peace and Love que, se transformariam em marcas de grife, camisetas (T Shirts), toalhas, bottons, chapéus, cintos, enfim, tudo o que o marketing da época pudesse fazer para divulgar e barganhar em cima duma realidade que, diga-se de passagem, parecia um sonho.
A frase “O Sonho não Acabou...” (The dream is not over), a qual tornou-se uma esperança latente e usada por muitos, posteriormente, vem dessa unidade que parecia paradoxal, mas que na verdade, era uma coisa só, composta de muitos conteúdos representando o coletivo e o individual, não apenas no imaginário de uma geração jovem, mas de grande parte de uma sociedade que vivia novos tempos.
Entretanto, ate então, genuínos “rockers”, tendo a frente Chuck Berry (cujo titulo de inventor e pai do rock é justíssimo!) conduziam sabia e marcantemente o Rock and Roll, somente depois seguido por Elvis Presley e uma gama de jovens talentos responsáveis por não deixarem o velho Rock ‘n Roll se transformar em apenas um rotulo, principalmente os 4 cabeludos de Liverpool que ainda se contentavam em viver a era Chuck e beber em sua fonte original, muito embora filtrando a ‘água. Este era mais ou menos o cenário de então.
A batida seca, cadenciada e forte, porem sugestiva e melódica ao mesmo tempo, do rock Hang on Sloopy, chegou ao Brasil como uma euforia contagiante, que logo se espalhou não só pelo cenário musical da mídia da época, mas também nas festinhas (em Natal eram os inesquecíveis “assustados” e matinés em clubes ou teatros), boates, reuniões de grupos e bandas de cantores atentos ao que ocorria na terra do Tio Sam, principalmente.
A parte lírica da musica também é muito rica e, inclusive pra mostrar que na poesia mais vale a concordância da rima ou do sentido da mensagem, do que a própria semântica, temos também o exemplo do erro proposital da concordância verbal, quando a estrofe “Sloopy I don’t care what your Daddy do” - sabemos que Daddy é um sujeito na 3ª pessoa do singular, portanto o verbo usado deveria ser “does” e não “do” - (Sloopy eu não ligo para o que seu pai faz, o que Leno sabiamente versou como “A mim não interessa quem sejam seus pais...), para que pudesse rimar com “ ‘Cause you know Sloopy girl, I’ m in love with you (porque você sabe Sloopy, que tou apaixonado por você).
Leno, por sua vez, iniciando a formação da dupla Leno & Lílian, filtrou como ninguém a idéia da música e, numa versão muito feliz, fez o sucesso da mesma no Brasil e, a partir daí passou a mostrar a todo o pais verde e amarelo, os sucessos da própria dupla.
A propósito da velha batida do Rock ‘n Roll, cravada com o irretocável solo estridente, contundente ou meloso, segundo a história e significado de cada música, como por exemplo Day Tripper (The Beatles), Satisfaction (The Rolling Stones) ou Hang Sloopy (The McCoys) e outros mais recentes como Up Around The Bend (Credence Clearwater Revival), as guitarras quase “falavam as expressões sonoras” que, sem exagero algum, já diziam mais que a metade da própria musica. Nesse contexto, George Harrison foi ao lado de, ninguém mais ninguém menos que Hendrix, precursor de solos e riffs, que depois puderam ser imitados por meio mundo do rock, com solos que mostravam ir alem de sua capacidade e restrição musical, sugerindo inclusive uma segunda voz inspirada nessa vertente.
Como dissemos no artigo anterior, quando The McCoys gravaram Hang on Sloopy, em 1965, jamais poderiam imaginar que anos mais tarde esta música também pudesse se transformar em sinônimo do Time de Futebol (americano) de Ohio, constituindo-se num incontestável fenômeno para as torcidas organizadas e público em geral. Na verdade, a canção tornou-se parte da tradição ritualística dos eventos do time, onde nenhuma outra música representa, pois é considerada “a musica de Ohio”.
Relembremos (quem viveu a época) HANG ON SLOOPY ou vejamos (quem não eh da época) como o significado da canção tem sentido ambíguo e, por vezes, metafórico:
A frase “O Sonho não Acabou...” (The dream is not over), a qual tornou-se uma esperança latente e usada por muitos, posteriormente, vem dessa unidade que parecia paradoxal, mas que na verdade, era uma coisa só, composta de muitos conteúdos representando o coletivo e o individual, não apenas no imaginário de uma geração jovem, mas de grande parte de uma sociedade que vivia novos tempos.
Entretanto, ate então, genuínos “rockers”, tendo a frente Chuck Berry (cujo titulo de inventor e pai do rock é justíssimo!) conduziam sabia e marcantemente o Rock and Roll, somente depois seguido por Elvis Presley e uma gama de jovens talentos responsáveis por não deixarem o velho Rock ‘n Roll se transformar em apenas um rotulo, principalmente os 4 cabeludos de Liverpool que ainda se contentavam em viver a era Chuck e beber em sua fonte original, muito embora filtrando a ‘água. Este era mais ou menos o cenário de então.
A batida seca, cadenciada e forte, porem sugestiva e melódica ao mesmo tempo, do rock Hang on Sloopy, chegou ao Brasil como uma euforia contagiante, que logo se espalhou não só pelo cenário musical da mídia da época, mas também nas festinhas (em Natal eram os inesquecíveis “assustados” e matinés em clubes ou teatros), boates, reuniões de grupos e bandas de cantores atentos ao que ocorria na terra do Tio Sam, principalmente.
A parte lírica da musica também é muito rica e, inclusive pra mostrar que na poesia mais vale a concordância da rima ou do sentido da mensagem, do que a própria semântica, temos também o exemplo do erro proposital da concordância verbal, quando a estrofe “Sloopy I don’t care what your Daddy do” - sabemos que Daddy é um sujeito na 3ª pessoa do singular, portanto o verbo usado deveria ser “does” e não “do” - (Sloopy eu não ligo para o que seu pai faz, o que Leno sabiamente versou como “A mim não interessa quem sejam seus pais...), para que pudesse rimar com “ ‘Cause you know Sloopy girl, I’ m in love with you (porque você sabe Sloopy, que tou apaixonado por você).
Leno, por sua vez, iniciando a formação da dupla Leno & Lílian, filtrou como ninguém a idéia da música e, numa versão muito feliz, fez o sucesso da mesma no Brasil e, a partir daí passou a mostrar a todo o pais verde e amarelo, os sucessos da própria dupla.
A propósito da velha batida do Rock ‘n Roll, cravada com o irretocável solo estridente, contundente ou meloso, segundo a história e significado de cada música, como por exemplo Day Tripper (The Beatles), Satisfaction (The Rolling Stones) ou Hang Sloopy (The McCoys) e outros mais recentes como Up Around The Bend (Credence Clearwater Revival), as guitarras quase “falavam as expressões sonoras” que, sem exagero algum, já diziam mais que a metade da própria musica. Nesse contexto, George Harrison foi ao lado de, ninguém mais ninguém menos que Hendrix, precursor de solos e riffs, que depois puderam ser imitados por meio mundo do rock, com solos que mostravam ir alem de sua capacidade e restrição musical, sugerindo inclusive uma segunda voz inspirada nessa vertente.
Como dissemos no artigo anterior, quando The McCoys gravaram Hang on Sloopy, em 1965, jamais poderiam imaginar que anos mais tarde esta música também pudesse se transformar em sinônimo do Time de Futebol (americano) de Ohio, constituindo-se num incontestável fenômeno para as torcidas organizadas e público em geral. Na verdade, a canção tornou-se parte da tradição ritualística dos eventos do time, onde nenhuma outra música representa, pois é considerada “a musica de Ohio”.
Relembremos (quem viveu a época) HANG ON SLOOPY ou vejamos (quem não eh da época) como o significado da canção tem sentido ambíguo e, por vezes, metafórico:
Hang on Sloopy
Hang on sloopy, sloopy hang on (Agüente firme, Sloopy, Sloopy, agüente firme)
Hang on sloopy, sloopy hang on (Agüente firme, Sloopy, Sloopy, agüente firme)
Sloopy lives in a very bad part of town (Sloopy mora no lado ruim da cidade)
Everybody yeah, tries to put my sloopy down (Todo mundo tenta humilhar minha Sloopy)
Sloopy I don't care, what your daddy do (Sloopy, eu não ligo pra o que seu pai faz)
’Cause you know sloopy, girl, I'm in love with you (Porque você sabe, garota, tou apaixonado por você)
And so I’m sigging now
Hang on sloopy, sloopy hang on (Agüente firme, Sloopy, Sloopy, agüente firme)
Hang on sloopy, sloopy hang on(yeah) (yeah) (yeah) (yeah) (yeah) (yeah)
Wo, uh, wo, uh, wo, uh, wo, uh
Sloopy let your hair down, girl (Sloopy, deixe seu cabelo solto)
Let it hang down on me (deixe-o solto sobre mim)
Sloopy let your hair down, girl (Sloopy, deixe seu cabelo solto)
Let it hang down on me (deixe-o solto sobre mim)
Let it hang down on me (deixe-o solto sobre mim)
Come on sloopy (come on, come on)
Come on sloopy (come on, come onSo come on sloopy
(come on, come on)Come on sloopy (come on, come on)
Well it feels so good (come on, come on)You know it feels so good
(come on, come on)
Well shake it, shake it, shake it sloopy (come on, come on)
Well shake it, shake it, shake it yeah, yeah, yeah (come on, come on)
Hang on sloopy, sloopy hang on(yeah) (yeah) (yeah) (yeah)
Hang on sloopy, sloopy hang on(yeah) (yeah) (yeah) (yeah)
Hang on sloopy, sloopy hang on(yeah) (yeah) (yeah) (yeah)
Por essa e outras razoes, os Anos Dourados foram real e incontestavelmente, dourados, cujo brilho é sempre reavivado quando neles se fala.
* Professor do Centro de Biociências da UFRN(Juarez@cb.ufrn.br)
2 comentários:
Passei só para deixar um abraço e dizer o quanto é gostoso ler suas mensagens...maravilhoso flashback, voltamos a um momento tão especial da música brasileira.
Só resta pedir: Hang on teacher!
Queremos sempre mais, por isso espero que continue nos presenteando com seus artigos...
GRANDE abraço...
Como o próprio nome da época diz: "Anos dourados". Dourados mesmo, brilhantes!
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