* Juarez Chagas
"Este artigo faz parte de uma série de textos sobre a personagem do PROFESSOR, sobre o qual discorro em narrativas diversas (sem comprometer a sequeência ou nao da leitura) ao longo de sua trajetória, espaço e tempo. Espero que tenh(m) uma boa leitura".
Dentre alguns temas comumente abordados em nossos artigos, numa determinada e livre sequência, permearemos os mesmos com um dos assuntos mais importantes (infelizmente, igualmente menos valorizado do ponto de vista social) que é a profissão e função de professor.
Começo por dizer que, desde os primórdios que essa nossa tão nobre e acalentadora e deslumbrante função e profissão, porém tão desprestigiada, desvalorizada e relegada, pela sociedade através de seus poderes públicos e constituídos (apesar de a usarem como falsa bandeira de persuasão para conquista de intentos outros), já começou, na visão popular e debochada, perdendo seu posto de 1ª profissão mais antiga para a aclamada profissão da prostituição. Que não que se discrimine ou se julgue a tradicional profissão do sexo, mas convenhamos, todos sabem que ensinar e educar foi a primeira profissão da humanidade.
A beleza, a nobreza, o humanismo e tudo de bom que o ensino possui dentro de sua função de ensinar antecede ao processo de criação de escolas e das primeiras instituições educadoras da história da humanidade. Antecede inclusive, ao advento da escrita, pois a oralidade e outros meios de comunicação primordiais formaram os primeiros ensinamentos do homem para o homem e, depois, para a comunidade e depois para o mundo que, cada vez mais requeria comunicação entre si, mesmo nos tempos arcaicos.
O registro que temos sobre os primeiros “sistemas” de ensino decorre das antigas civilizações que, por necessidade, identificavam pessoas com a habilidade de transmitir ensinamentos diversos. No Egito antigo, por exemplo, a função de escriba já vislumbrava a organização das primeira “escolas”. Já na Esparta, a iniciação da “educação” dava ênfase ao aprimoramento das habilidades marciais para os meninos e a orientação quando as mulheres estivessem aptas para a procriação, para gerarem filhos saudáveis que seriam futuros guerreiros.
Mas, parece ter sido em Atenas que surgiu a idéia de que o conhecimento deveria ser transmitido por uma pessoa sábia chamada de Tutor ou Professor, o qual era designado para acompanhar os ensinamentos de pessoas individuais ou em pequenos grupos. Hoje se sabe que os atenienses eram, antes de tudo, preocupados com o equilíbrio entre corpo e mente, e por essa razão sua educação contou com três tipos básicos de profissionais do ensino: os páidotribés, que cuidavam do desenvolvimento intelectual; os grammatistés, responsáveis pelo repasse da escrita e da leitura; e os kitharistés, que cuidavam do aprimoramento físico.
Já a Roma Antiga, constituiu o papel de educar através dos “retores” (não confundir com reitores, embora haja a sugestão) que, assim como os sofistas gregos, circulavam pelas cidades transmitindo seus conhecimentos em troca de compensação financeira incerta (observemos que já, a partir daí, a situação financeira não era boa).
Também, podemos citar a presença dos lud magister, que desempenhavam a função de alfabetizar as crianças que não tinham uma condição material mais abastada. A propósito, nota-se aí já uma preocupação social com o conhecimento para todos.
* Professor do Centro de Biociências da UFRN, Psicólogo e Escritor
2 comentários:
Não diferente dos outros textos teus, esse é mais um no qual lemos nos deliciando, neste temos a honra de sermos contemplados com uma verdadeira aula do grande PROFESSOR(dentre tantas outras coisas maravilhosas o Senhor é). Obrigada e muitos beijos. Themizia
Postar um comentário