Psicoterapia Breve, segundo Braier
(Publicado anteriormente no Jornal de Hoje)
Eduardo Alberto Braier é médico psiquiatra e psicanalista argentino que tem um excelente trabalho, no campo da psicoterapia breve, o qual merece registro. Dentre seus trabalhos, estudos e pesquisas, destaca-se Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica (Martins Fontes, 3ª edição, 1997).
A importância de se falar sobre este livro é justamente a abordagem da dificuldade e, muitas vezes polêmica, para o leigo, sobre a conotação do tratamento emergencial, de ordem psicanalítica, uma vez que sabemos serem os tratamentos psicanalíticos, por essência, demorados.
Independentemente de conceito ou aceitabilidade da Psicoterapia Breve, no mundo globalizado de hoje, é muito importante que admitamos que as psicoterapias de orientação psicanalítica, em especial as denominadas breves, ganharam importância diante da grande demanda de assistência psicológica, especialmente quando há grandes concentrações de pacientes com necessidade de atendimentos cada vez mais imediatos, tais quais nas empresas, hospitais e em outras instituições similares.
Vale salientar que o trabalho de Braier não é pioneiro, mas que o mesmo tem grande importância, especialmente na Argentina, onde trabalha e tem percorrido todo um caminho, desde que, depois de muita relutância e resistência pelo novo, a PB passou a ser vista com bons olhos, até mesmo pelos mais exigentes psicanalistas consagrados. Braier, por sua vez, chama a atenção para a questão histórica da Psicoterapia Breve, onde os primeiros tratamentos efetuados pelo próprio Freud, em sua fase pré-analítica, eram de certa forma, terapias breves, durando apenas alguns meses. Isso porque hoje, está claro que, inicialmente o fundador da Psicanálise, buscava curas rápidas focalizadas para a solução de determinados conflitos e sintomatologia dos pacientes.
Um dos exemplos que pode ser citado e, com resultados satisfatórios, foi o caso de O Homem dos Ratos, publicado em 1909, onde Freud diz que durou menos de um ano. Mas, também há controvérsias, pois Ferenzi, em 1916, fala sobre a necessidade de uma psicoterapia breve, sendo de pronto, repreendido por Freud, o qual dois anos depois, sugere uma psicoterapia de base psicanalítica, a qual pudesse responder às necessidades assistenciais da população e, aí nesse momento, o que poucos sabem ou admitem é que o próprio Freud propõe que se combinem recursos terapêuticos da análise com outros métodos.
Mas, Freud à parte, é bom deixar claro que Psicoterapia Breve de orientação psicanalítica é algo, tecnicamente, bastante diferente do termo “psicanálise breve”. Nisso o autor, faz questão de enfatizar. Braier ainda enfatiza que alguns nomes confundem não somente o leigo, mas estudiosos do assunto, quando atribuem sinônimos tais quais Psicoterapias de curta duração, Psicoterapia Focal, Psicoterapia Emergencial e outras atribuições que, embora tenham o mesmo sentido, diferem na técnica, particularidade e essência.
Uma coisa é certa: o que se busca na Psicoterapia Breve de orientação psicanalítica, segundo o autor, é, na medida do possível, solução dos problemas imediatos e o alívio sintomático, em sentido psicodinâmico, podendo-se valer do princípio de insight do paciente a respeito dos conflitos subjacentes.
O Autor, um psicanalista tradicional, a princípio, curvou-se às necessidades da temporalidade e globalização, sem ferir princípios éticos, como deixa a entender em seu livro. Vale a penas ler e, se possível, até mais de uma vez. Por outro lado, é importante admitir e saber ponderar que, nem tudo que é breve, tem breve solução.
(Publicado anteriormente no Jornal de Hoje)
Eduardo Alberto Braier é médico psiquiatra e psicanalista argentino que tem um excelente trabalho, no campo da psicoterapia breve, o qual merece registro. Dentre seus trabalhos, estudos e pesquisas, destaca-se Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica (Martins Fontes, 3ª edição, 1997).
A importância de se falar sobre este livro é justamente a abordagem da dificuldade e, muitas vezes polêmica, para o leigo, sobre a conotação do tratamento emergencial, de ordem psicanalítica, uma vez que sabemos serem os tratamentos psicanalíticos, por essência, demorados.
Independentemente de conceito ou aceitabilidade da Psicoterapia Breve, no mundo globalizado de hoje, é muito importante que admitamos que as psicoterapias de orientação psicanalítica, em especial as denominadas breves, ganharam importância diante da grande demanda de assistência psicológica, especialmente quando há grandes concentrações de pacientes com necessidade de atendimentos cada vez mais imediatos, tais quais nas empresas, hospitais e em outras instituições similares.
Vale salientar que o trabalho de Braier não é pioneiro, mas que o mesmo tem grande importância, especialmente na Argentina, onde trabalha e tem percorrido todo um caminho, desde que, depois de muita relutância e resistência pelo novo, a PB passou a ser vista com bons olhos, até mesmo pelos mais exigentes psicanalistas consagrados. Braier, por sua vez, chama a atenção para a questão histórica da Psicoterapia Breve, onde os primeiros tratamentos efetuados pelo próprio Freud, em sua fase pré-analítica, eram de certa forma, terapias breves, durando apenas alguns meses. Isso porque hoje, está claro que, inicialmente o fundador da Psicanálise, buscava curas rápidas focalizadas para a solução de determinados conflitos e sintomatologia dos pacientes.
Um dos exemplos que pode ser citado e, com resultados satisfatórios, foi o caso de O Homem dos Ratos, publicado em 1909, onde Freud diz que durou menos de um ano. Mas, também há controvérsias, pois Ferenzi, em 1916, fala sobre a necessidade de uma psicoterapia breve, sendo de pronto, repreendido por Freud, o qual dois anos depois, sugere uma psicoterapia de base psicanalítica, a qual pudesse responder às necessidades assistenciais da população e, aí nesse momento, o que poucos sabem ou admitem é que o próprio Freud propõe que se combinem recursos terapêuticos da análise com outros métodos.
Mas, Freud à parte, é bom deixar claro que Psicoterapia Breve de orientação psicanalítica é algo, tecnicamente, bastante diferente do termo “psicanálise breve”. Nisso o autor, faz questão de enfatizar. Braier ainda enfatiza que alguns nomes confundem não somente o leigo, mas estudiosos do assunto, quando atribuem sinônimos tais quais Psicoterapias de curta duração, Psicoterapia Focal, Psicoterapia Emergencial e outras atribuições que, embora tenham o mesmo sentido, diferem na técnica, particularidade e essência.
Uma coisa é certa: o que se busca na Psicoterapia Breve de orientação psicanalítica, segundo o autor, é, na medida do possível, solução dos problemas imediatos e o alívio sintomático, em sentido psicodinâmico, podendo-se valer do princípio de insight do paciente a respeito dos conflitos subjacentes.
O Autor, um psicanalista tradicional, a princípio, curvou-se às necessidades da temporalidade e globalização, sem ferir princípios éticos, como deixa a entender em seu livro. Vale a penas ler e, se possível, até mais de uma vez. Por outro lado, é importante admitir e saber ponderar que, nem tudo que é breve, tem breve solução.
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