(A Historia que não foi contada)
Juarez Chagas
III Parte
Dez anos se passam...
ZéRaimundo, desgostoso, não retorna mais à casa da tia e agora trabalha num armazém do povoado, cujo dono que o acolheu e dele cuidou, trata-o quase como filho. Nesse mesmo período conhece outra moça de nome Rosa Maria, que em pouco tempo por ele se apaixona. Apesar de ser correspondida, o rapaz nunca lhe negou que não esquecera seu primeiro amor e que ainda guarda esperanças de a encontrar um dia. Tem idéia fixa de se vingar, seja em que tempo for.
Certo dia, alguém lhe procura no armazém com um pedaço de papel na mão. O rapaz lê o bilhete amassado e, às pressas, volta ao lugarejo, o qual deixara há dez anos. Lá chegando, viu que sua tia que o havia criado até os dezesseis anos, estava estirada no meio da sala, morta e velada por alguns poucos amigos e suas comadres vizinhas. Nesse mesmo dia, ZéRaimundo tem notícia de que o bando de Lampião está acampado nas redondezas duma fazenda próxima e, com o coração sobressaltado, resolve averiguar. Talvez não lhe surgisse outra chance como essa, imagina.
Dia seguinte, logo cedo da manhã, ZéRaimundo é surpreendido por dois cangaceiros, que o viram bisbilhotar os arredores do acampamento do bando de Lampião, perto da tal fazenda. É preso e levado até o Rei do Cangaço. Ao chegar na roda dos cangaceiros que comem a refeição da manhã, é bruscamente empurrado para frente de Lampião que pergunta o que faz naquele lugar. Corajosamente diz que ali é sua região e conta sua história, a qual Lampião ouve com muita atenção e lhe diz que o responsável pelo roubo de sua namorada está em missão e que ele vai ter que ficar no acampamento até Araruta voltar, pra saber da veracidade da história. O sangue de ZéRaimundo gela e esquenta ao mesmo tempo. Desconfia do que lhe aguarda.
- Você é valente, cabra. Mas se for mentira o que tu tá dizendo, vai se arrepender de ter nascido. Ordena um dos cabras e manda cuidar dele.
- Dá um prato de comida pra ele e deixa ele vigiado até Araruta voltar!
Pelo menos, por enquanto estava a salvo, pensa ZéRaimundo enquanto lhe vigiam a uma certa distância.Entre as mulheres do bando havia uma moça usando o colar de Maria da Cruz, o qual ele logo reconhece assim que vê. Emocionado, ele tenta se aproximar da moça que, às escondidas, lhe dá notícias dela, dizendo que havia “morrido de parto”. A moça, de nome Imaculada, na medida do possível, passa a se encontrar com ZéRaimundo, em quem, de repente, passa a ver sua chance de escapar das garras do bando, pois também, assim como Maria da Cruz, havia sido raptada. Conta sua história, dizendo que também havia sido roubada, porém de uma distante fazenda e que Maria da Cruz havia lhe dado o colar de couro, antes de morrer. Aliás, que ela morrera em seus braços sem poder parir a criança. ZéRaimundo, entre desolação, ódio e algumas lágrimas que rolam em seu rosto, agradece a moça e se afasta, para seu lugar (Continua).
Certo dia, alguém lhe procura no armazém com um pedaço de papel na mão. O rapaz lê o bilhete amassado e, às pressas, volta ao lugarejo, o qual deixara há dez anos. Lá chegando, viu que sua tia que o havia criado até os dezesseis anos, estava estirada no meio da sala, morta e velada por alguns poucos amigos e suas comadres vizinhas. Nesse mesmo dia, ZéRaimundo tem notícia de que o bando de Lampião está acampado nas redondezas duma fazenda próxima e, com o coração sobressaltado, resolve averiguar. Talvez não lhe surgisse outra chance como essa, imagina.
Dia seguinte, logo cedo da manhã, ZéRaimundo é surpreendido por dois cangaceiros, que o viram bisbilhotar os arredores do acampamento do bando de Lampião, perto da tal fazenda. É preso e levado até o Rei do Cangaço. Ao chegar na roda dos cangaceiros que comem a refeição da manhã, é bruscamente empurrado para frente de Lampião que pergunta o que faz naquele lugar. Corajosamente diz que ali é sua região e conta sua história, a qual Lampião ouve com muita atenção e lhe diz que o responsável pelo roubo de sua namorada está em missão e que ele vai ter que ficar no acampamento até Araruta voltar, pra saber da veracidade da história. O sangue de ZéRaimundo gela e esquenta ao mesmo tempo. Desconfia do que lhe aguarda.
- Você é valente, cabra. Mas se for mentira o que tu tá dizendo, vai se arrepender de ter nascido. Ordena um dos cabras e manda cuidar dele.
- Dá um prato de comida pra ele e deixa ele vigiado até Araruta voltar!
Pelo menos, por enquanto estava a salvo, pensa ZéRaimundo enquanto lhe vigiam a uma certa distância.Entre as mulheres do bando havia uma moça usando o colar de Maria da Cruz, o qual ele logo reconhece assim que vê. Emocionado, ele tenta se aproximar da moça que, às escondidas, lhe dá notícias dela, dizendo que havia “morrido de parto”. A moça, de nome Imaculada, na medida do possível, passa a se encontrar com ZéRaimundo, em quem, de repente, passa a ver sua chance de escapar das garras do bando, pois também, assim como Maria da Cruz, havia sido raptada. Conta sua história, dizendo que também havia sido roubada, porém de uma distante fazenda e que Maria da Cruz havia lhe dado o colar de couro, antes de morrer. Aliás, que ela morrera em seus braços sem poder parir a criança. ZéRaimundo, entre desolação, ódio e algumas lágrimas que rolam em seu rosto, agradece a moça e se afasta, para seu lugar (Continua).
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